domingo, 20 de outubro de 2013

Para aquisição do livro, por favor, mande mensagem para: e-mail: pilotoexpatriado@gmail.com Preço R$ 50,00 + despesas de remessa pelo correio. Agora tem o facebook do livro: facebook.com/pilotoexpatriado Dê uma olhadinha.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Finalmente hoje o material está sendo enviado para a Editora Moura Ramos, de João Pessoa. Os profissionais Leila e Fernando Chiriboga capricharam, fazendo um excelente trabalho visual, tanto na paginação/diagramação como no tratamento das fotografias. Acredito que no máximo em um mês teremos o livro pronto. Aguardem!

domingo, 21 de julho de 2013

Finalmente estou fechando com uma editora para a publicacao do livro. A parte final da formatacao e tratamento das fotos esta' sendo concluida. Acredito que em 60 dias o livro estara' disponivel. Finalmente o livro vai sair! Desculpem o longo silencio do blog. Cabe aqui dizer que foi dificil produzir este trabalho, mais dificil ainda esta' sendo editar/publicar, ja' que e' uma producao independente, sem patrocinio, estou bancando a edicao. E depois vem o desafio de vender o livro. O tema e' inedito, nunca foi escrito um livro que descrevesse o cotidiano de pilotos brasileiros no exterior, a rotina nos grandes jatos mundo afora e a aventura de ser um piloto expatriado. PILOTO EXPATRIADO em breve `a venda!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Depois de um longo e tenebroso inverno, estou voltando a postar nesse blog. O livro ainda não foi publicado, mas há um ano que está pronto. Ainda não consegui fechar com nenhuma editora, mas estou perto, falta apenas acertar os detalhes $$$.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

CAPÍTULO 1 - UM NEGÓCIO DA CHINA

Julho de 2002
RIO DE JANEIRO

Aeroporto Santos Dumont, manhã de segunda-feira, um dia abafado. A sala de reuniões da Chefia de Operações da Varig está cheia. Somos quase trinta copilotos, a maioria de pé, viemos ouvir o que o representante da EVA Air, comandante Lima, ex-Varig, tem para nos dizer. Ele veio nos oferecer um “negócio da China”.
EVA Air? Que empresa é essa? Nunca ouvi falar. Taiwan ou Tailândia? Taipei ou Taipé? Do outro lado do mundo? Voar no estrangeiro? Até agora, só pilotos com passaporte europeu, que dá o direito de trabalhar na Europa, ou com o “green card”, dos Estados Unidos, podem sonhar com um emprego no exterior. Aliás, os dois únicos lugares imagináveis de se trabalhar fora do país. Não se cogita, como copiloto, trabalhar na Ásia. Nossos horizontes ainda estão muito limitados, o nosso mundo ainda é pequeno. Além disso, até pouco tempo não precisávamos procurar emprego no estrangeiro, afinal a carreira na Varig era muito boa, para toda a vida, para se aposentar. Infelizmente as coisas mudaram, a Varig está em crise. Nós já estamos de copiloto há doze anos. O tempo razoável nessa função transitória e temporária seria de no máximo cinco anos, para adquirir a experiência necessária para então ser promovido a comandante. Ou seja, estamos marcando passo na empresa, com a carreira estagnada e sem perspectivas nenhuma de promoção. Uma grande frustração!
Mas agora aparece essa inusitada oportunidade para quem não tem sangue azul, para quem não tem pedigree, ou melhor dizendo, para quem não tem um passaporte estrangeiro. Finalmente, a chance de qualquer um realizar o sonho de voar fora, de fazer um pé de meia em dólares, quem sabe a chance de ser promovido e, sem dúvida, a aventura, o desbravamento, o mistério, o desconhecido, o desafio. Fascinante!
É um acordo entre as duas empresas. A brasileira, com sobra de mão-de-obra, querendo livrar-se de alguns pilotos e enxugar a sua folha de pagamento, sem os custos inevitáveis das demissões; e a chinesa, em franca expansão, precisando desesperadamente de pilotos. A Varig dará uma licença sem vencimentos aos voluntários interessados, mantendo todos os direitos de funcionário, passagens, benefícios, antiguidade para promoção, INSS, tudo. Realmente um “negócio da China”.
A reunião segue com muitas perguntas, sobre salário, alojamento, passagens, contrato, benefícios, hotéis. O regime de trabalho na EVA Air é puxado, são trinta e cinco dias trabalhando por catorze de folga. A empresa tem pilotos de aproximadamente quarenta nacionalidades diferentes, incluindo os chineses, que são a grande maioria, é uma Torre de Babel. Já as comissárias de bordo são todas chinesas. A reunião chega a seu final e tem uma lista em branco sobre a mesa. O colega Jonatas Bonitão pergunta:
-O que precisa para colocar o nome na lista?
-Só precisa do número do passaporte! Responde o comandante Lima.
Imediatamente o Bonitão puxa o seu passaporte do bolso do paletó e sai com a frase:
-Bota meu nome!
Preciso conversar com a minha esposa, é uma decisão muito importante e deve ser tomada a dois. A EVA Air pediu trinta e oito pilotos, a Varig só vai liberar vinte. O Piloto Chefe da Varig nos diz que se ele fosse copiloto não pensaria duas vezes em pegar essa oportunidade. Acontece que, para os comandantes mais antigos, “vacas sagradas”, de vez em quando aparece uma “boca-rica” em algum lugar do planeta, na Coréia, Japão ou Cingapura. Mas só uns poucos se aventuram, porque a vida deles na Varig é muito boa. É um sonho ser comandante Master de voos internacionais. Mas para “copila” nunca aparece uma chance dessas.
Penso rápido, é melhor colocar logo o nome na lista para garantir e, se for o caso, desistir mais tarde. Boto o meu nome também! Um ato impetuoso que pode mudar a minha vida. Um frio na espinha! Não consigo ter a exata noção de como isso vai afetar a minha vida pessoal e profissional, as coisas boas e ruins que estão por vir. Ainda bem! Tem coisas que a gente não pode pensar muito, não dá tempo, tem que ser aqui e agora. Que loucura! Meu Deus! O que eu estou fazendo? Ai, ai, ai...Já em casa, minha esposa concorda e até me dá força. Com esse novo emprego o salário vai praticamente dobrar, com o dólar alto que está. Decisão tomada, não volto atrás.
Tudo acontece muito rápido, tenho só uma semana para tirar os vistos de turista de Taiwan e dos Estados Unidos, onde devo fazer uma escala de dezesseis horas. Mas não vai dar tempo, então é um ou outro. Tiro o visto de Taiwan, já que para entrar nos Estados Unidos, vindo do Brasil, posso usar o visto de tripulante da Varig, ou seja, eu chego lá. Mas na volta, para entrar nos Estados Unidos novamente, preciso do visto de turista. Problema? Problemão... Mas a essa altura já terei feito o processo de seleção na EVA e com certeza não vou parar em nenhuma penitenciária da Califórnia por causa de um visto. Às vezes temos que correr certos riscos. Um risco calculado, é o único jeito. Se não fizer assim, perco a oportunidade de ir à Taipé, perco o “Negócio da China”.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009